25 de outubro de 2010

Sedução!?

 
 
[... ] Travar frente aos pulos automáticos do meu coração enorme, é comigo mesma. Seduzir o alvo certeiro, como se faz? Preciso, inegavelmente aprender. Ou não.
       Misteriosa, sou apenas de início. Se me derem corda, desando a falar, e falar, e falar. Se pílulas falantes existissem, certamente eu seria uma compulsiva. Faço enigma sobre algumas coisas, e noutras, me aprofundo com firmeza precisa.
       Algumas vezes, abuso da sensualidade; noutras, viro quase uma freira. Gosto de moda, e tento usar o que me favorece. Porém, experimente ter um corpo bem brasileiro ou melhor, "sinuoso" e vamos ver se você consegue passar longe da vulgaridade. É uma tarefa difícil. Sina também é isso.
       Não finjo amar nada do que não gosto, e faço questão em mostrar que sou diferente. Não toco quem mal conheço. Detesto que façam o mesmo comigo, e associo tal atitude um pouco como falta de respeito. E me jogar em cima de alguém, não está realmente, entre as minhas projeções. Existe sim, uma diferença entre seduzir, e se jogar. Na segunda opção, você pode terminar atropelada - e as suas chances, completamente no chão. Jogos de amor não me apetecem. Ligar, e sumir dois dias. Rejeitar convites, e convidar pra jantar. Captar, e depois, ser pega. Não dá pra ser tudo mais simples, tudo mais leve, algo mais sincero? Na contramão, atraio quem não desejo. Talvez por não acatar às músicas que se misturam ao álcool e não sorrir com falsidade, insegura por dentro. Deixo de seduzir quem realmente quero, porque ser enfeitiçada é benéfico à alma também. E assim acato ao que me aparece no caminho. Com muito desapego porque nada me brilha, nem me faz caçar o tesouro mais à fundo.
         Por enquanto, na beirinha das ondas, deixando que molhe os pés vez que outra. Quando mergulhar, que seja para ir ao fundo, e redescobrir todo um oceano. Com muito olhar desmedido e fascinação recíproca; porque submergir em companhia pode ser ainda melhor, e se descobrir no outro desvendando também o véu do outro lado é o que nos salva da promiscuidade desse mundo atual.

Camila Paier

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