21 de junho de 2011

Cada um no seu quadrado


Tem coisa que não abro mão. Uma delas é o meu canto. Preservo - e muito - o que é meu. Certas coisas são raras pra gente. A coisa mais rara que tenho são as pessoas que amo. Desses, não abro mão. Por eles eu faço e aconteço. Pra eles procuro dar o melhor de mim.


Antes eu era diferente. No primeiro problema pegava o telefone e ligava para alguma amiga. Ficava horas debatendo o assunto. Antes eu achava que todo mundo era meu amigo do peito. Contava sobre as minhas coisas, a minha vida, meus planos. Errei muito. Minha mãe sempre teve a seguinte postura: não é todo mundo que coloco dentro da minha casa. Não entendia muito bem aquilo, mas hoje entendo e concordo plenamente.


Conheço muita gente. Meu círculo de amizades é variado e extenso. Mas na hora do aperto eu sei bem para o colo de quem correr. Escolho as palavras certas para falar de mim e das minhas coisas para as pessoas que tenho dúvidas se me querem bem. Porque a gente se engana muito. E o tempo, felizmente, faz com que a gente perceba quem gosta da gente, quem verdadeiramente quer o nosso sucesso. Não se espante se sobrar pouca gente, não é todo mundo que fica mesmo mesmo mesmo assim sem vírgulas feliz de verdade com nossas pequenas felicidades.


Não gostaria de ser famosa. Sei que as palavras têm poder, por isso vou me expressar direito: lógico que quero vender muitos e muitos livros. É claro que quero ter meu trabalho reconhecido cada vez mais. Quero poder publicar todos os livros que eu quiser e puder. Quero que meus textos cheguem em cada cantinho do mundo - e quero poder ganhar dinheiro com isso, não precisa ser muito, apenas o suficiente para viver de forma confortável e poder viajar. Mas não gostaria de ser uma famosona, daquelas que não podem comprar pão na padaria, pegar filme na locadora, sair com olheiras na rua. Deve ser chato estar almoçando e ser fotografada de boca cheia. Deve ser chato estar na TPM e ser obrigada a tirar foto sorrindo. Deve ser chato ter gente chata o tempo inteiro tentando roubar a sua paz.


Adoro a minha vida. Gosto dos meus pequenos prazeres. Não gosto de me sentir invadida. Quer um exemplo? Não force intimidade comigo, não gosto. Adiciono no Facebook todo mundo que curte meu trabalho. Só não adiciono aqueles caras malas que ficam querendo adicionar todas as mulheres do mundo. O resto eu aceito na boa, respeito, converso quando dá, respondo de forma gentil e educada. Só não force a barra. Cada macaco no seu galho. Gosto que respeitem meu espaço, meus cantinhos.


Tem gente que adora escancarar a vida. Eu gosto de me escancarar pra quem amo. E só.
por Clarrisa Corrêa

20 de junho de 2011

I need


Preciso tanto escrever, mas o tempo anda tão curto. Só sei que tem muita coisa apertada. Muita coisa quadrada. Muita coisa que não desceu. Muito tudo que não foi. Muito sem tempo. Dormir, quando dá. Comer, se sobrar tempo. Internet, pra matar a saudade e não desistir de seguir em frente. Celular, as vezes lembro que existe. A calmaria que um dia foi, se foi. A alegria dos meus dias que já foi constante, hoje á procuro tanto. Espírito inquieto. Agitado. Apavorado. Dilacerado. Cobrado. É tanto pra tão pouco tempo, é muito pra quem não está preparada pra tanto. Um pouco de paciência, compreensão e amor iriam bem. Que falta que eu sinto de casa.

Anne Ribeiro

2 de junho de 2011

[...] ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá, ou pelo tormento que provoca, ama-se pelo tom de voz, pela maneira que os olhos piscam, pela fragilidade que se revela quando menos se espera.

Marta Medeiros