28 de julho de 2010

Crescer

" Crescer significa mudar e mudar envolve riscos, uma passagem do conhecido para o desconhecido."

26 de julho de 2010

A carne é fraca!


Então, você chora algumas vezes, escondida pra que ninguém veja. Faz suas amigas o detestarem mais do que bife de fígado. Sua mãe, não pode nem ouvir o nome do "idiota".
E enfim, você fica sozinha algumas semanas. Não quer sair de casa, e deseja curtir uma solidão bege e sem voz; chorosa. A sua tristeza com intensidade, pra que ela vá embora logo, e tudo volte a ter cor - e não mais lágrimas, voz. Equilibrada, e achando que está pronta, se enche de novas roupas, alguns pares de sapatos, e um corte de cabelo novo. Auto-estima mil. Curte, e dança. Sai quantos dias da semana pode, conhece gente, sorri enlouquecidamente, e provoca com o olhar. E beija um. Mais um. Dois. Outro. Continua beijando este outro. Fica feliz, mas nada que a dê vontade de fazer a dancinha e pensar bobagens, ensaiar discursos. Até que, no meio de um filme que você quis muito ver, você se toca: tá tudo errado.
Eu só quero felicidade, e cumplicidade. Tentei em outros seres, e desculpa, não consegui. Você sabe que é capaz de me fazer largar o mundo, a minha tão almejada estabilidade, pra entrar nas curvas sinuosas e inesperadas, que é a sua vida. Novamente. E se preciso, de novo, e de novo. Fingindo ser a primeira vez; jurando não ser a última. Se diz você, que te enlouqueço, esqueci eu de confimar e dizer que, você também tem o poder de me deixar doida. E tenho apenas a te agradecer por isso. Se a carne é fraca, não há mesmo muito o que fazer. É química, explosão, necessidade. Então, como não participar feliz do banquete, desse churrasco apetitoso?  Me delicio, e penso: que seja louco, mas que dure. Vocação pra vegetariana: zero. Deus me deixou cair em tentação. E tem me livrado do mal. Amém!


Texto: Camila Paier.

11 de julho de 2010

Sol


[...] Tanta gente aprendendo a sorrir com conquistas, mas a maioria ensaiando o futuro. Não é o que eu quero. Quero mesmo é o presente. Cansei de me preparar para um dia que pode não chegar. Existe vida no agora? Se houver, eu vou encontrar.

Eu tenho essa urgência de viver, essa pressa de qualquer coisa que ultrapasse a inércia. É isso que me faz jogar dados ao acaso e me atirar de carros em movimento, é por isso que ando longe de viadutos. Meu suicídio diário não é uma forma de morrer. É uma tentativa desesperada de encontrar essa vida, testar minha capacidade de quase ir e voltar, descobrir se eu mereço estar aqui e se existe mesmo um deus. Afinal, ele concorda ou não com a minha maneira de encarar as coisas? Por que não me castiga por ser tão estupidamente desapegada? É minha necessidade de viver que me mata.

Tenho a impressão de ter atingido o auge da minha maturidade, mas não tenho espaço físico ou moral pra existir nessa condição.
Estou pronta pra largar tudo pra trás todos os dias, mas algo finca meus pés no chão sem eviso prévio. É preciso ser coerente pra ser aceito, mas como não me contradizer tentando achar um equilíbrio? Como não ser um pouco louca nesse mundo tão absurdo?

Não adianta me oferecer o discurso de faculdade-emprego-família como verdade absoluta. A gente não aprende a viver sentado numa carteira de colégio. Não é a fórmula de Pitágoras ou a definição de pronome oblíquo que vai fazer com que eu seja mais ou menos inteligente. Saber organizar informações burocráticas em série e ser programado roboticamente não faz de ninguém um ser humano repleto. Isso tudo só rende uma possível colocação relevante numa prova de vestibular, um êxtase momentâneo. A vida se aprende nas perdas. É perdendo a liberdade que a gente descobre que não se encaixa, é perdendo alguém que a gente descobre que não vale a pena lutar por futilidades, é perdendo o apoio que a gente descobre que o resto do mundo não para só porque nosso mundo parou. A gente vai aprendendo a viver assim, na marra, no grito, no sufoco, no impulso. Eu quis mudar o mundo, quis ser brilhante, quis ser reconhecida. Hoje eu quero bem pouco e prefiro me concentrar no agora do que planejar um futuro incerto. Eu me libertei da culpa e dei de cara com algo novo: não me encaixo, e aceito. Não é justo perder as asas no momento em que se descobre tê-las. É preciso poder voar, é preciso ter uma visão estratégica das janelas. Ver o sol e não poder tê-lo é absurdo.

Então eu deixo algumas coisas passarem incompletas porque tenho consciência de que certas palavras ainda não têm tradução. Por mais que eu grite, vai ter quem não entenda, não aceite. O que eu não aceito é ter nascido num mundo tão grande e conhecer só uma pequena parte. Vou voar. Quem conseguir compreender, que me acompanhe.


Verônica H.

8 de julho de 2010

dizem que mulheres


5 de julho de 2010

O homem banana!


No mercado, é sempre o que sobra, e está constantemente nas promoções do encarte. Mas não se engane, não, mocinha: por mais barato, vistoso ou vitaminado que aparente ser, o homem banana consegue mostrar em poucos mas necessários sinais, que é um belo idiota. Sobram, porque são devolvidos. E com o tempo, aprendemos a identificar os sinais cada vez mais cedo, muitas vezes, nem chegando a de fato "adquirir" tal fruto enganoso. Cadê os homens reais, de verdade e opinião? Cada vez mais, a bananice crônica tem tomado conta da mente masculina, o que é uma lástima. O jeito é ir experimentando, até encontrar o gosto ideal - e que no mínimo, maduro esteja.
Não se preocupe: se você ainda não teve o desprazer de conhecer algum, com certeza há tal ser no seu caminho. Você pode não perceber de cara, logo ao vê-lo. Eles se camuflam nos mais variados jeitos. Pode ser aquele super seguro e independente, que mora sozinho. O rapaz que trabalha, e não sobrevive do dinheiro dos pais. Aquele líder de um bando de amigos, sabe? Estudioso, ou cheio de estilo. A bananice é um estado de espírito: está por dentro. Por mais forte, robusto ou macho que pareça, é nas pequenas atitudes que o diagnóstico pode ser expelido: ele é um banana. Que pena.
Eles não compreendem indiretas. Você pode estar louca para ganhar um presente de aniversário, um pedido de namoro, ou uma noite enlouquecedora e quente. Não vai adiantar em nada dizer que precisa de sapatos novos, que não quer ficar com ninguém além dele, ou que, você comprou uma lingerie novíssima: pra esses entendedores, nem um turbilhão de palavras basta. Atitudes, menos ainda. Timidez, não é. Só esqueça aquelas declarações inesperadas de amor, atos grandiosos de reconciliação, ou pedidos de desculpas. Esse tipo infame de homem é incapaz de qualquer coisa que saía de sua humilde zona de conforto. É..
Propor algo, para ele é como ir ao dentista, para a maioria absoluta da população: uma tortura. É sempre levado pelo ritmo alheio. Pela vontade dos amigos, pelo esforço dos pais, pela opinião do povo. Vai naquela balada, porque os amigos vão. E se os pais acham melhor que ele não vá, que ele não faça, ou que compre algo, pode apostar: ele o fará. Vontade própria, é como se não existisse dentro deste ser molengo. Deixa você ou qualquer outra pessoa escolher o jantar, o canal da televisão, e até mesmo, as roupas que ele vestirá.
Apenas uma mulher será páreo para você, se assim sobreviver nesse relacionamento sem graça: a mamãe. Ele é quase tão apegado à la mamma que deixa que ela compre seus objetos para higiene, e boa parte de suas roupas - até mesmo, suas cuecas. E se briga com você, a opinião da sogrinha importará muito, pode ter certeza. Ou seja, além de lutar contra tanta letargia comportamental da parte do banana man, você ainda terá que driblar a mãe do dito cujo. É, sem dúvida alguma, o filhinho da mamãe, ou o menininho do papai (mesmo com quase trinta anos na cara..).Haja paciência!
Bananas não sabem dar conselhos. Não que seja por falta de vontade em ajudar, mas eles simplesmente não o sabem fazer com originalidade. Apelam para o clichê, e para eles vai sempre ficar tudo bem, basta apenas você "relaxar". Sim, claro, Sr. bundão. E se o problema é com ele, pior ainda: se fecha num casulo interno, com medo de tanta ira e revolta. Ele alegará mais tarde que, esperou você se acalmar, e que, odeia discussão. Pudera, ele não saberia como se defender (até porque, não a defende em lugares públicos quando homens assobiam para você, ou aquela menina pisa com tudo no seu pé numa festa). A culpa nunca é dele, e esse é o seu fiel argumento. Além de ser covarde, consegue ser juntamente um grande babaca.
Um dos assuntos preferidos desse tipinho é o que possui. Se não ele, os pais, os tios, ou os avós. Ele realmente acha que dinheiro impressiona, e estamos no século retrasado, quando ainda existia o dote, e os valores se davam pelo âmbito financeiro. Coitado...É tão ingênuo e influenciável, que chega a dar pena de tamanha falta de personalidade e atitude. A não existência de coragem é outra questão, que se não o sufoca por dentro, acaba a sufocando por osmose. Não assume compromisso, ainda mais, se os amigos estiverem solteiros. Quando os companheiros de futebol ou barzinho resolverem que é hora de ter uma mulher ao lado, ele pensa no assunto. E acaba ficando com a pior opção possível, porque não sabe que pessoas ficam juntas por que querem, e não por ser o momento propício. Então, ele será sempre aquele cara que namora, e ainda te procura. Ou que vive no seu pé, mesmo depois de tantos foras.
 E no final, você se entedia de tanta chatice e escassez de acontecimentos, e finalmente caí fora. Afinal, a banana depois de descascada, se no chão pode escorregar. Melhor jogar fora no lixo mesmo!


Camila Paier

muito bom!.

4 de julho de 2010

Simplesmente ignore.


Seja educada sempre, até mesmo com quem não sabe ser. Nunca, mas nunca mesmo, de o troco na mesma moeda, apenas e simplesmente ignore, seja indiferente ou silencie-se. Não há desavença maior.
Não erga o tom de sua voz, não verbalize palavras escrotas - por mais que elas estejam fervendo em sua mente - ouça tudo calada, por mais que o que você possa vir a ouvir te tire o chão, suas forças e lhe jogue uma ducha de agua fria, ouça. Segure-se firme, se não a nada a dizer erga o queixo e saia, sem choro.
Aprenda que nem todos são como você. Que nem todos conseguem viver sem inveja. Nem todo mundo consegue viver numa boa, consegue não falar mal dos outros. A inveja destrói.
Destrói a confiança, acaba com amizades, acaba com relacionamentos, acaba com a seu carater, sua moral perante todos, essencialmente perante aqueles que sao indispensaveis em sua vida. Ela não incia nada e acaba com tudo. Eu digo o tudo, de verdade, o tudo que teria tudo pra ser pra sempre e não o tudo de algumas vezes, o tudo de algumas horas, de algumas festas, de ocasiões. Esse tudo , não se abala com a inveja, pois esse tudo pouco importa. É tão simples, tão facil e muito mais pratico atuar no meio desse tudo.
Pra que perder tempo, se estressar e levar pra casa esse tudo? Se ele não presta. Se ele pouco te importa.
Apenas atue, leve a vida numa boa e de valor para o que realmente te importa, pra quem realmente faz a diferença em sua vida. O resto, apenas tolere e leve numa boa, porque eles não merecem uma ruga que seja, de sua testa. Então simplesmente, ouça tudo calado, faça ruidos, tolere e não leve a mal, eles acham que vai ser sempre a mesma coisa, mas na real eles tem medo de ver que ninguem mais se importa com eles. Ninguem mais da a minima para as idiotices que eles fazem e os tratam sempre como a mesma merda, com a simples e falsa educação de sempre.


.me

3 de julho de 2010

não tenho medo da vida

mas tenho medo de não viver.

não tenho medo de errar,
mas tenho medo do momento certo.

não tenho medo de ser quem eu sou,
mas tenho medo de ser outra para outros.

não tenho medo dos meus sentimentos,
mas tenho medo dos meus atos.

não tenho medo das pessoas,
mas tenho medo de mim.

pois muitas vezes quem mais
me faz mal sou eu mesmo,
por não ter certeza se estou ou não


com medo.



[Dona Geo]

Você ainda me vê


E você ainda me olha. De longe, por entre a barreira de gelo que me vi forçada a construir. Não me esqueço: é transparente. Não te impede, nem te pára. Eu vejo pelo reflexo, dos erros infantis e de um espelho (agora, quebrado) que você ainda me vê. Confiança, não restaura. E ainda, você. Depus contra a nossa paixão. Me libertei dos tentáculos grudentos do que era ainda estar no infortúnio, e rapaz - chega de me olhar, pô. Não me vêm nem me pega que, pra oito braços, tenho mil razões; pro meu sumiço, pra minha fuga, pro fim desse tempo: quero o novo, repito. Pra você, nenhuma novidade. Apenas pra mim, que venham!
Você vê então visa a minha musicalidade múltipla, consegue assistir a minha paixão platônica lunar, e sabe que, eu sou difícil. De lidar, de agradar, de conhecer. E tenta meio não tentando. Se move, mas recua. Que você tem medo, eu sei. Que a falta que eu faço, é grande. Que eu fui louca, tudo bem. É que de nada me adiantou tentar buscar dentro de mim a equilibrada-feliz-completa-complacente-espirituosa, sem os aplausos efusivos no final de tudo. Fechando o baú insano que é ser impulsiva e ansiosa, e fantasias no lugar; dando apenas brechas curtas à tais atrocidades de personalidade. Apenas um preview, sneak-peak do que eu sou, na dura, na real: caleidoscópica, eternamente mutável. Que delícia.
Começo uma vida nova, reeconstruo um presente inteiro e me vejo bem, tiro a máscara apática que povoava o meu rosto infame e amostro então os meus olhos que de chorar, cansaram; e agora, brilham. A boca fina e pequena, calou, silenciou e ficou quietinha. No momento, sorri. Salienta cada dente, lábios que brilham, e é tudo verdade, tudo merecido: pra quem mergulhou no que era o porre estranho de se consumir, e se perder numa paixão, e sobreviveu, não há maior merecimento. Você sabe disso, e eu sei também. E me ver feliz pode causar dúvida, enquanto pra mim, é claro; nítido.
Olho pra trás, e você ainda me olha. Querendo mirar os olhos, e vendo apenas a minha mão lenta, que passa sob os cabelos. Você sabe da minha insônia que pega vezenquado, e tem saudade das mãos, que agora suaves, massageavam com força. Nota meus sapatos novos, mais um par para a coleção. Portas fechadas, janelas lacradas, e dá se um jeito: ainda consegue ver o que nem te diz respeito, o que não interessa e nem quer saber, por pura vontade, pirraça, implicância. Pela última vez, olho para trás. Parado, na mesma desde que tudo começou-aconteceu-parou. Não sinto pena, nem ódio. Muito menos, dor. Acho que é paz. Anota aí, pode ser. Eu segui. A resposta é então o caminho daqui pra frente; de onde brotam para mim escolhas de rota, pessoas a conhecer, novidades mil. Enquanto você, continua intacto. Inativo. Contemplando a minha mudança interna-externa-total. E não sabendo o que fazer, ou como agir, alguém que presente à tal rodopio pode apenas continuar: olhando, olhando, olhando.

Camila Paier