28 de agosto de 2010

meu coração, à dez!


É que a gente ficou se olhando esse tempo antes de alguma coisa acontecer, dias intermináveis, algumas horas palpitantes, vendo pela fresta e voltando a se esconder, sabendo que ali haviam possibilidades, que dali podia surgir qualquer coisa, uma amizade de anos, contatos futuros, ou amor atrasado, nunca vindo ou aceito, e que nessas olhadelas, se manifestava. Via tua beleza aberta, exposta, enquanto você sonhava em visualizar o que eu secretava, escondia. Não, nunca fui assim de fácil contato, de tudo à mostra, e circustância. Aqui, tudo tem de ser meio que conquistado, o gosto se agrega no merecimento, se funde naquilo que eu possa acreditar e transver, entende?
Tudo foi se tornando real com uma velocidade que eu não sabia controlar, e suas surpresas aceleravam ainda mais todo esse processo - à cem por hora o meu coração, à dez, a razão (diminuição mais que justificada). Não tive controle, e você foi conquistando espaço, também alguns pedaços bonitos e que ainda nem eu sabia que existir aqui por dentro. Você sabe bem, eu sei também, e nem preciso dizer - digito agora todo esse monólogo porque preciso falar, e infelizmente, você não pode ouvir. Por enquanto, não. Talvez nunca. Hoje, ou sempre. Um dia, um dia! Quando tocados, nossa realidade fica bonita, dá esperança em viver. E em cada obstáculo, diminui, dando força apenas para a fé, que nessas horas, se chama remédio ou cura; uma luz. Tão bonito quando as mãos se entrelaçam, e de leve a sua saí, e se acomoda de novo, voltando a encaixar perfeitamento nos meus dedos longos e grandes, entre as minhas unhas laranjas, ou vermelhas.
Foi tudo inevitável, desde a paixão, até o primeito ato, a parte em que eu era uma exclamação, e você, a dúvida. Tantos dias sem se ver deveria vir com um anúncio de proibição, de código na lei, porque saudade também mata - de tanto que sufoca..
 
 
 
Camila Paier.

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