10 de julho de 2012

Apenas mantenho distância


Eu preciso de um pouco de ar, ou talvez apenas voltar no tempo e evitar. Não queria que assim fosse, não queria que aqui chegasse, não queria sentir isso como eu sinto. É sufocante, agonizante e por vezes dramático. Já não consigo largar mão, deixar pra lá, esquecer. Tornou-se parte de mim, do meu dia, do meu sorriso. Tornou-se inevitável.
Dói dizer não, mas é necessário. Não quero pra mim o que não posso sentir, o que não posso tocar, o que longe dos meus braços possa estar. Só que por mais nada me interesso, tudo é tão normal, tão sem graça, tão fácil e sem adjetivos. Eu quero, quero muito sentir, mas não vem. Tá entalado, travado. Tudo é errado e imperfeito. Tudo e todos tem defeitos. Nada vale a pena a não ser meus próprios traços e desejos. Quanto egocentrismo o meu.
E assim continuo enclausurada em meu narcisismo. Longe do que possa me afetar e levar um pilastre dessa tão elaborada estrutura. Que possa abalar o maior e mais complexo dos meus mundos. Eu apenas mantenho distância.

Anne Laura Ribeiro


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